Cotidiano

“Que país é este que mata gente e nos consome?”

A programação esse ano, tem início às 7h30 com a concentração perto do monumento ao Garimpeiro, na Praça do Centro Cívico

O “Grito dos Excluídos” chega a sua 21ª edição. O evento acontece na próxima segunda-feira, dia 7, tradicionalmente no Dia da Independência.

Todo o país e inclusive Roraima, vários militantes, movimentos, igreja católica, juventude de vários espaços, enfim, sociedade viva, no exercício de sua cidadania, vão às ruas e praças por liberdade e direitos, valorizando a vida, anunciando a esperança de um mundo melhor, denunciando as injustiças e males sociais, mobilizando e fortalecendo pessoas para atuar nas lutas populares.

A programação esse ano, tem início às 7h30 com a concentração perto do monumento ao Garimpeiro, na Praça do Centro Cívico.

A abertura ocorrerá por volta das 8h, com falas e danças dos povos indígenas. Na sequência a mobilização caminha rumo à primeira parada que será em frente à Assembleia Legislativa (ALE-RR).

Nesse momento, serão abordados os massacres e violências sofridos desde a Ditadura até hoje, de forma lúdica.

Já na segunda parada, em frente ao Tribunal de Justiça, os agricultores, moradores desabrigados e a Comissão Pastoral da Terra terão voz para falar. Os organizadores preparam um ato simbólico para o momento.

As demais paradas lembrarão sobre juventude, tráfico humano, bem como as últimas manifestações e greves locais que temos vivenciado.

O ato público e pacífico encerrará no anfiteatro atrás do mini terminal do Centro, os participantes montarão um símbolo para representar a luta do povo formada por uma forte teia.

Para o coordenador das Pastorais Sociais, Danilo Bezerra, o Grito tem sido de grande relevância a cada ano, e tantas outras formas de organização e participação, despertando para os fatos que acontecem ao redor.

“Os grandes gritos por melhores condições de trabalho, saúde e educação de qualidade, emprego e renda, segurança pública, enfim, dignidade e vida para todos/as, conforme está escrito na Constituição Federal de 1988. Tudo isso nos leva a crer que precisamos “gritar e ser ouvidos”, expressando e dando a conhecer tudo aquilo que a mídia torna “invisível”, ressaltou.

Bezerra ainda complementa que tudo o que as pessoas querem são “coisas” simples, de gente simples, mas que valoriza e engrandece o ser humano.

“Ter moradia, terra, condições de trabalho, respeito às diversidades culturais e religiosas, vida digna, ou seja, fazer valer nossos direitos, que na maioria das vezes, são violados sem nos ouvirem. Também precisamos ter um olhar sobre as juventudes, que diversas vezes, estão sendo levadas por outros caminhos, buscando “ventos contrários” para as suas vidas”, enfatizou.

Para finalizar, Bezerra lembra uma mensagem dita pelo Papa Francisco que dizia: “Nenhuma família sem casa, nenhum camponês sem terra, nenhum trabalhador sem direitos”.

O que significa, “na certeza de que é na busca destes direitos, que todos nós irmanados, juntos construiremos alternativas que fortaleçam, organizem e mobilizem os/as excluídos/as a lutar por uma sociedade justa e fraterna, onde a Vida prevaleça. Junte-se a nós, venha participar, traga o seu grito, o seu lamento”, convidou.